A estreia do Flamengo na Copa do Mundo de Clubes 2025 coloca o time de Filipe Luís frente a frente com o Espérance de Tunis, na próxima segunda-feira (16), às 22h (horário de Brasília).
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O confronto marca o encontro entre duas escolas distintas: a técnica sul-americana e a fisicalidade africana. Mas, mais do que isso, coloca em lados opostos dois modelos táticos com pontos fortes e fracos que se cruzam de maneira decisiva.
Flamengo sob Filipe Luís: controle, posse e inteligência
Filipe Luís, agora técnico do Flamengo, vem construindo uma equipe de jogo apoiado, com marcação coordenada, compactação entre setores e foco em bola parada — um dos pontos em que o time tem crescido sob sua direção.

RJ – RIO DE JANEIRO – 01/06/2025 – BRASILEIRO A 2025, FLAMENGO X FORTALEZA – Filipe Luis tecnico do Flamengo durante partida contra o Fortaleza no estadio Maracana pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
Rodrigo Caio, hoje na comissão técnica, tem papel importante nesse processo. O ex-zagueiro participa ativamente da construção de jogadas ensaiadas, especialmente em bolas paradas em dois tempos e cruzamentos diagonais — uma arma que pode ser letal contra o Espérance.
Espérance de Tunis: agressividade e fragilidade exposta
O Espérance é uma equipe que gosta da bola. Costuma marcar alto, com pressão individual e subida das linhas defensivas. No entanto, essa característica pode ser uma armadilha contra adversários que sabem explorar as costas da zaga — exatamente o tipo de isca tática que o Flamengo de Filipe Luís oferece.
Segundo uma analise de Nicolau, do canal Falso 9, o time tunisiano “morde iscas” e se expõe em momentos-chave, abrindo o campo para lançamentos e infiltrações rápidas.

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Além disso, apresenta uma fragilidade clara em bolas aéreas, especialmente em cobranças de faltas diagonais e escanteios em dois tempos — justamente um dos pontos fortes atuais do Flamengo: “Eles sofrem com esse tipo de lance, quando o ataque adversário corre em linha contra a tua defesa”, aponta o analista.
Comparativo Tático
Aspecto | Flamengo (Filipe Luís) | Espérance de Tunis |
---|---|---|
Formação-base | 4-3-3 / 3-4-3 | 4-1-4-1 / 4-3-3 |
Estilo de jogo | Posse, controle de ritmo, organização tática | Pressão alta, jogo físico, transições rápidas |
Com bola | Jogo apoiado, triangulações laterais | Triangulação com pivô, es curtos |
Sem bola | Pressão média, linhas compactas | Pressão alta, marcação individualizada |
Ponto forte | Bola parada ofensiva e jogo posicional | Velocidade, agressividade e escanteios ofensivos |
Ponto fraco | Bolas aéreas defensivas | Marcação desorganizada em bolas paradas |
Desempenho e Tendências
Flamengo:
- Média de posse acima de 58%;
- Sofre menos de 1 gol por jogo;
- Cresceu ofensivamente em bolas paradas desde a chegada de Filipe Luís;
- Dificuldade contra times que pressionam alto, mas qualidade para sair jogando.
Espérance:
- Costuma controlar a posse em sua liga, mas terá que jogar sem a bola;
- Depende fortemente do centroavante Rodrigues e das ultraagens dos laterais;
- Destaca-se nas trocas de posição do quarteto ofensivo;
- Tem fragilidade defensiva no jogo aéreo e nas transições defensivas.
Destaques individuais do Espérance
Rodrigues: centroavante que atua como pivô e referência constante. Participa da maioria das jogadas de gol, gera profundidade e abre linhas de e.
Yan Sasse: meia brasileiro que se movimenta por dentro e troca constantemente de posição, criando confusão nas defesas adversárias.
Ogbelu: volante nigeriano de 22 anos, peça central na transição e organização. Forte fisicamente, tem boa leitura e e entrelinhas. É considerado o “maestro” do time.
“Ogbelu me encheu os olhos. Ele não se afoba para dar o e e arranca com força. Tem bom e longo e finalização. Um volante muito completo”, analisa Victor Nicolau.
Pontos de atenção para o Flamengo
- Evitar sufoco nos escanteios rápidos do Espérance, que arma jogadas inesperadas e finaliza dentro da área com frequência.
- Explorar a linha alta do adversário com lançamentos em profundidade e infiltrações coordenadas — especialmente em transições e após recuperação de bola.
- Aproveitar as bolas paradas ofensivas, ponto onde o Espérance é vulnerável.
Conclusão
O confronto entre Flamengo e Espérance na estreia do Mundial é, na prática, um duelo entre um time que quer a bola e outro que está acostumado com ela. Mas a chave do jogo está em como cada equipe se adaptará ao novo contexto.
O Espérance, que normalmente comanda suas partidas, terá que defender mais do que o habitual — algo que não faz bem. Já o Flamengo encontra um adversário que oferece justamente os espaços que Filipe Luís quer explorar.
Se o Mengão mantiver o controle, explorar a bola parada e não for surpreendido nos escanteios adversários, tende a sair com a vitória e desempenho sólido.